Tendências de Marketing para 2026: o que marcas de alto impacto devem considerar
- Equipe de conteúdo do Curto!

- há 2 dias
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A era digital avança com uma velocidade antes inimaginável — e 2026 se aproxima como um marco de transformação para qualquer marca que queira permanecer relevante. Para tomadores de decisão em marketing (diretores, gestores, CEOs, founders), entender as tendências emergentes não é mais apenas uma vantagem competitiva — é uma necessidade estratégica. Neste artigo, exploramos as principais mudanças esperadas no marketing em 2026, com foco em tecnologia, comportamento do consumidor e novas formas de construir valor de marca.

Por que 2026 será um marco
O relatório Marketing Trends 2026, da Kantar, lançado em novembro de 2025, destaca que o ano marca uma inflexão no setor. Ferramentas de IA generativa deixaram de ser apenas “extras” — passaram a apoiar decisões, ampliar a compreensão sobre comportamento do consumidor e contribuir para estratégias de crescimento e construção de marca. Exame
Nesse contexto, a pressão sobre marcas e CMOs será buscar conexão humana autêntica, mesmo em meio à automatização e algoritmos.
Então, quais são as forças que vão moldar o marketing no próximo ciclo? Vamos por partes — e com imagens para ajudar a visualizar.
Principais tendências para 2026 (e como ilustrá-las)
1. Agentes de IA em escala — novos "consumidores" são máquinas
A Kantar aponta que 24% dos usuários de IA já utilizam assistentes de compras automatizados — o que indica que muitas decisões de compra podem começar ou ser filtradas por máquinas, e não diretamente por humanos.
Marcas precisarão aprender a “dialogar com consumidores não humanos”: garantir que sua presença esteja ativa onde os algoritmos aprendem — para aparecer entre as recomendações geradas por IA.
Isso exige investimento em GEO (Generative Engine Optimisation) — ou seja, otimização para que mecanismos de IA entendam e recomendem sua marca.
Implicações práticas: reavaliar SEO tradicional, investir em dados de qualidade, e adaptar marca e conteúdo para modelos de IA — sem perder a voz e a coerência de marca.

2. Dados sintéticos, audiências amplificadas e integração multimodal
O relatório da Kantar prevê crescimento no uso de dados sintéticos, “digital twins” e “cohort boosting” como formas de ampliar e refinar audiências, enquanto respeita a privacidade e limitações de dados reais.
Além disso, haverá maior integração de formatos — texto, voz, imagem e realidade virtual — o que expande os pontos de contato e exige mais versatilidade nas estratégias.
Essa tendência reforça a necessidade de infraestrutura de dados robusta e parcerias de confiança — para garantir a qualidade dos dados e a segurança de uso.
Implicações práticas: investir em stack de dados e automação, repensar segmentações, preparar conteúdo multimodal e responsivo para voz, imagem e texto.
3. Da otimização criativa à inteligência criativa — IA + toque humano
Embora a IA já ajude na automação e escala, o próximo passo será usá-la para gerar inteligência criativa — isto é, ideias impactantes, que emocionem e conversem com o público.
74% dos profissionais de marketing estão entusiasmados com a IA generativa. Mas o diferencial competitivo será para quem combinar a agilidade da IA com insight humano, autenticidade e contexto cultural.
Ou seja: automatizar o que for repetitivo, mas preservar a essência da marca e a capacidade de gerar conexão real.
Implicações práticas: usar IA para acelerar produção, análises e otimização — e manter processos criativos centrados em equipe, briefing humano e estratégia de marca.
4. “Treatonomics” — a cultura dos pequenos luxos e o poder do prazer instantâneo
O conceito de Treatonomics refere-se à valorização de pequenos momentos de prazer e recompensas — o que, segundo a Kantar, será uma força importante no comportamento de consumo em 2026.
Em um contexto de incertezas e restrições, os consumidores tendem a priorizar “microconquistas” e experiências que tragam bem‑estar, conforto ou alegria no dia a dia.
Para as marcas, isso representa uma oportunidade de criar campanhas e produtos com apelo emocional, experiências positivas e ofertas que dialoguem com essa necessidade crescente de bem‑estar imediato.
Implicações práticas: pensar em ofertas e comunicações que gerem emoções positivas, confortos acessíveis, pequenas recompensas e momentos de prazer — não apenas em grandes lançamentos.

5. Experimentação, inovação e cultura de teste contínuo
A Kantar defende que marcas que apostarem em experimentação constante — lançamentos controlados, testes A/B, iterações rápidas — estarão à frente.
O argumento: empresas dispostas a correr riscos inteligentes e testar ideias disruptivas criaram, historicamente, valor muito acima da média.
Isso demanda agilidade, autonomia de time, abertura a falhas e aprendizado contínuo. Quem se apegar somente ao seguro pode perder relevância.
Implicações práticas: estruturar processos internos de inovação, reservar orçamento e tempo para testes, documentar aprendizados e escalar o que funcionar.
6. Inclusão e diversidade como motor de crescimento real
Entre as 10 tendências da Kantar para 2026, está o marketing inclusivo: empresas que investirem em diversidade — de público, tom, representatividade e linguagem — terão vantagem competitiva.
Hoje, 65% das pessoas valorizam marcas que promovem inclusão — um salto em relação aos 59% registrados em 2021.
A diferença em 2026 será: menos mensagens superficiais, mais ações de inclusão genuína, com consistência interna e externa à marca.
Implicações práticas: revisar briefing, comunicação e representação; incluir diversidade de vozes; garantir coerência interna e externa; planejamento atento a cultura e valores.
7. Retail Media Networks (RMNs): o varejo como mídia e canal central
As chamadas RMNs — redes de mídia vinculadas a varejistas e e‑commerces — se tornam cada vez mais centrais: 38% dos profissionais de marketing planejam aumentar investimento nelas em 2026.
Tais redes têm demonstrado alta performance: resultados de conversão até 1,8× melhores que anúncios digitais tradicionais e quase 3× maior intenção de compra.
Para marcas, isso significa reforçar parcerias com redes varejistas, adaptar comunicação para esses canais e integrar dados de pontos de venda com marketing.
Implicações práticas: mapear oportunidades de RMNs, co‑criar campanhas com varejistas, alinhar estoque/comunicação/dados e aproveitar ponto de venda como mídia.
8. Creators e influenciadores no centro da efetividade — e com ROI claro
De acordo com a Kantar, 61% dos profissionais planejam aumentar o investimento em creators em 2026.
Mas há um desafio: embora campanhas com criadores sejam mais comuns, apenas 27% do conteúdo produzido por eles hoje tem forte ligação com a marca. Isso exige uma mudança para plataformas criativas de longo prazo, com alinhamento estratégico e diretrizes claras.
A tendência é que marcas deixem de fazer “ações pontuais” com influenciadores e passem a estabelecer parcerias profundas e duradouras, capazes de gerar resultados reais e mensuráveis.
Implicações práticas: definir guidelines de marca, KPIs, acompanhar resultados além de curtidas, planejar colaborativamente com criadores e apostar em consistência e coerência.
9. Microcomunidades nas redes — qualidade supera alcance
O relatório aponta que, diante do excesso de conteúdo genérico e algoritmos saturados, os usuários migram para microcomunidades — espaços onde há maior sentido de pertencimento, relevância e identidade compartilhada.
Para marcas, isso representa uma oportunidade: em vez de buscar o “macro alcance”, vale investir em nichos, comunidades segmentadas e relacionamentos profundos.
A chave: entregar valor real, com consistência e coesão de propósito, não apenas comunicação de massa.
Implicações práticas: mapear comunidades relevantes, engajar com consistência, oferecer valor (conteúdo, suporte, pertencimento), ouvir feedback contínuo e construir relações duradouras.
Como preparar sua empresa / marca para 2026 — roadmap estratégico
Para liderar com vantagem em 2026, considere este plano de ação em 3 etapas:
Auditoria de dados e estrutura tecnológica — prepare seu CRM, analytics, stack de dados, processos de captura e governança.
Desenho de jornada e estratégia omnicanal + multiformato — combine conteúdo para humanos e para IA, com formatos diversos (texto, vídeo, voz, imagem).
Cultura de criatividade, experimentação e comunidade — invista em inovação, teste contínuo, parcerias com creators e engajamento em microcomunidades.
Além disso: adote uma postura inclusiva, focada em propósito e relevância emocional — não apenas performance. As marcas que equilibrarem tecnologia + humanização + ética serão as que se destacarão.
2026 será um ponto de inflexão para o marketing.
Com a consolidação de agentes e algoritmos de IA, dados sintéticos, retail media, microcomunidades e uma nova visão sobre criatividade e propósito, o jogo muda.
Marcas que tratarem a tecnologia como coadjuvante — e não protagonista absoluta — enquanto investem em conexão humana, valor real, comunidade e autenticidade estarão em vantagem. Em um mundo movido por dados e máquinas, confiabilidade, empatia e propósito serão diferenciais verdadeiros.








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