O que as favelas estão bebendo? O mercado bilionário que as marcas não podem mais ignorar
- Equipe de conteúdo do Curto!
- 15 de mai.
- 2 min de leitura
Quando se fala em consumo nas favelas brasileiras, ainda existe muito preconceito e pouca informação qualificada. Mas os números mostram o contrário: com um potencial de consumo estimado em R$167 bilhões e mais de 260 mil comércios cadastrados, as favelas movimentam — e transformam — o mercado. E o setor de bebidas alcoólicas é um dos que mais sente esse impacto.

As favoritas da quebrada
Segundo dados do Tracking das Favelas, plataforma de pesquisa contínua conduzida pela NÓS Inteligência, Skol e Brahma lideram a lembrança de marca (Top of Mind), seguidas de perto por Heineken — que, mesmo sendo uma cerveja premium, vem ganhando relevância por seu apelo aspiracional. Ou seja, o desejo de consumir marcas de prestígio é cada vez mais presente nas periferias brasileiras.
Heineken, Brahma e Skol: o pódio das favelas
Essas três marcas concentram cerca de 50% da preferência do público. Heineken se destaca pela qualidade percebida, confiança e NPS (índice de recomendação). Brahma, por sua vez, ainda tem penetração altíssima, mas perde pontos em lealdade emocional. Já a Skol aposta em acessibilidade e inclusão, sendo percebida como uma marca democrática, fácil de encontrar e consumir.
Quem consome o quê: um recorte por gênero e idade
Homens continuam preferindo marcas tradicionais como Skol e Brahma.
Mulheres vêm puxando a curva de crescimento da Heineken, numa virada de preferência que tem reposicionado a marca entre as líderes do segmento.
Jovens de 18 a 35 anos mostram um declínio no recall da Brahma, enquanto Heineken mantém estabilidade.
Consumidores 35+ impulsionam ainda mais a Heineken, que cresce nesse grupo com força.
Esses dados revelam um movimento geracional e de gênero que pode moldar as próximas estratégias de posicionamento das marcas.
Região importa — e muito
O Sudeste e o Sul são os principais polos de força para a Heineken, enquanto a Brahma encontra terreno mais fértil no Sul. Já no Norte, a disputa acirrada entre Heineken e Skol pela preferência deixa claro que nenhuma liderança é garantida. O ponto de venda, inclusive, tem papel decisivo na conversão entre intenção e compra — muitas vezes, o que determina a escolha é a presença física da marca, mais do que a campanha de mídia.
O que o mercado pode aprender com as favelas?
As favelas são um termômetro e, ao mesmo tempo, uma vitrine para entender o novo comportamento do consumidor brasileiro. O preço importa, sim — mas ele não é tudo. O desejo, a experiência no ponto de venda, a identificação com a marca e o prestígio também pesam. As marcas que quiserem crescer nesses territórios precisarão equilibrar tradição com inovação, e publicidade com presença real nas prateleiras e nos bares de rua.