Muito Além do Logo: 35 Ativos de Marca Distintivos Que Toda Empresa Deveria Usar
- Equipe de conteúdo do Curto!
- 27 de jun.
- 6 min de leitura

O que são Ativos de Marca Distintivos (DBAs)?
Os Ativos de Marca Distintivos, ou simplesmente DBAs (Distinctive Brand Assets), são elementos visuais, verbais, sensoriais ou comportamentais usados por uma marca de forma consistente e reconhecível. Eles funcionam como “atalhos mentais”, facilitando a identificação da marca, mesmo em contextos silenciosos ou sem o logotipo.
O conceito foi amplamente estudado e difundido por Jenni Romaniuk, pesquisadora da renomada Ehrenberg-Bass Institute for Marketing Science. Em sua visão, um DBA deve atender a dois critérios fundamentais:
Familiaridade – O público deve reconhecer esse elemento como pertencente à sua marca.
Uniqueness (Exclusividade) – Esse elemento não pode ser facilmente confundido com outra marca.
Se usados corretamente, os DBAs ajudam a manter sua marca viva na mente do consumidor – o que significa mais recall, mais preferência e, claro, mais vendas.
Por que usar mais do que apenas logo, cor e slogan?
Apesar de serem os três DBAs mais comuns, logotipo, cor e slogan não bastam para criar uma marca verdadeiramente forte e memorável no cenário atual.
A maioria das empresas aposta tudo nesses três pilares e acredita que está fazendo um branding completo. Mas a verdade é que o excesso de similaridade entre marcas em categorias competitivas (como fintechs, cosméticos, delivery, etc.) faz com que o consumidor se confunda com facilidade.
Imagine quantas marcas usam:
Azul como cor primária
Slogans genéricos como "Você em primeiro lugar"
Logos abstratos com fontes arredondadas
Sem DBAs adicionais, sua marca desaparece no ruído do mercado.
A estratégia ideal é criar um portfólio de 4 a 5 ativos fortemente distintivos, como recomenda Jenni Romaniuk, e aplicá-los consistemente em todos os pontos de contato da marca.
Os 35 tipos de Ativos de Marca Distintivos explicados
Vamos agora mergulhar em cada um dos 35 tipos de ativos, com exemplos e ideias práticas de uso.
1. Mascote
Um personagem humanizado ajuda a gerar conexão emocional. A Magalu é um grande exemplo no Brasil, um avatar digital que interage com humor e proximidade nas redes sociais.

2. Forma Geométrica
Os arcos dourados do McDonald's formam um "M" que é reconhecido globalmente, mesmo sem texto.

3. Produto Ícone
Pense no Fusca da Volkswagen. Um produto com design tão único que se tornou símbolo da marca.

4. Origem ou Proveniência
A bandeira sueca utilizada pela Volvo remete à sua origem e carrega atributos como segurança e engenharia de qualidade.
5. Pessoa Associada
O Coronel Sanders, do KFC, não é apenas um personagem, mas também uma forma de contar a história e dar rosto humano à marca.

Elementos verbais como ativos de marca
Além do visual, o poder da linguagem também molda a identidade de uma marca. Frases, nomes, números e até prefixos se tornam DBAs altamente eficazes.
6. Slogan
Talvez o ativo verbal mais famoso. Exemplos icônicos:
“Just Do It” (Nike) – Incita ação e empoderamento.
“Have a break, have a KitKat” – Conectado a um momento de pausa universal.
Um bom slogan vive na mente do consumidor por décadas.
7. Números
Algumas marcas se apropriam de números como parte da sua identidade. Pense em:
007 – Marca registrada de James Bond, imediatamente associada ao personagem.
51 – A cachaça brasileira que virou número sinônimo de categoria.

8. Apelido
Usar um apelido informal pode gerar mais conexão. A Chevrolet é chamada de “Chevy” nos EUA — termo usado até nas propagandas.
9. Apelido dos fãs
Seus fãs têm um nome? Ótimo! Isso fortalece o vínculo. Exemplo:
Trekkies – Fãs de Star Trek, reconhecidos mundialmente.
10. Prefixo ou sufixo
Certas marcas constroem famílias de produtos com prefixos. O “Mc” do McDonald’s é um ótimo exemplo, com termos como McNuggets, McFlurry, McChicken etc.
Sinais visuais e sensoriais como DBAs
Agora entramos no campo dos sentidos. Vista, som e até cheiro podem ser DBAs poderosos.
11. Estilo visual
A Apple domina esse aspecto com:
Fundo neutro
Foco no produto
Clean design
Esse estilo é copiado, mas raramente igualado.
12. Padrão
A estampa xadrez da Vans virou um ícone, mesmo fora do universo dos tênis.
13. Tipografia
Fontes personalizadas transmitem autenticidade. A Coca-Cola mantém sua tipografia desde o século XIX.

14. Arte ou estilo de ilustração
A FINI usa ilustrações fofas e doces para se conectar com o público infantil.

15. Sequência audiovisual
Vinhetas e aberturas funcionam como “assinaturas sonoras”. Exemplo:
Netflix – o famoso “TU-DUM”
Intel Inside – o “bong” que fecha os comerciais da marca
Experiências sensoriais associadas à marca
Criar memória através dos sentidos é uma arma secreta de muitas marcas.
16. Som
O rugido do leão da MGM é tão marcante quanto o próprio logo.
17. Música ou jingle
O Brasil é um terreno fértil para jingles. Quem não lembra:
“Dois hambúrgueres, alface, queijo…”
18. Cheiro
A Lush transforma suas lojas em “bombas sensoriais”. O cheiro é inconfundível e parte da identidade.
19. Sabor
O Dr. Pepper é um refrigerante com gosto único. A marca usa esse sabor como diferencial competitivo.

20. Toque
Produtos como o iPod eram reconhecidos pela textura metálica e a rolagem tátil.
Contextos de uso como ativos estratégicos
Alguns DBAs vivem na forma como interagimos com a marca.
21. Eventos
O Spotify Wrapped virou um evento digital esperado todos os anos. Uma estratégia brilhante de branding.
22. Atividades
A Red Bull se associa a esportes radicais — uma maneira de posicionar energia e ousadia.
23. Experiência
A Disney não vende apenas produtos, mas uma experiência mágica nos parques, que começa até antes da entrada.
24. Layout físico
A organização lúdica da Flying Tiger transforma a visita à loja em uma aventura visual.

25. Práticas da equipe
Na Starbucks, o simples ato de escrever o nome do cliente no copo cria uma experiência personalizada — e memorável.
Rituais e hábitos do consumidor como ativos
Se sua marca consegue criar um comportamento repetitivo, você ganhou ouro.
26. Ritual de uso
A Twix criou uma história em torno da divisão dos lados do chocolate: “lado direito ou esquerdo?”
27. Embalagem
A embalagem do perfume Chanel Nº 5 é tão icônica quanto sua fragrância.
28. Veículo
A Red Bull circula com carros em forma de lata gigante — impossível de ignorar nas ruas.
29. Cenário
A Marlboro utilizava paisagens de faroeste para transmitir liberdade, masculinidade e força.
Outros ativos complementares
Alguns elementos não se encaixam nas categorias acima, mas são fundamentais.
30. Cor
A Tiffany Blue é uma cor tão única que foi registrada. É praticamente um símbolo por si só.
31. Símbolos
O controle do Playstation com os botões 🔺 ◯ ❌ ⬛️ é universalmente reconhecido.

32. Gestos
Clientes do Itaú fazem o gesto do “i” com a mão ao dizer “feito pra você”.
33. História
A narrativa da Jack Daniel’s, com raízes históricas e tradição, dá autenticidade à marca.
34. Roupas
Uniformes icônicos, como os da tripulação da Emirates, ajudam na diferenciação visual da marca.

35. Estilo de fala
A Netflix Brasil se comunica como um amigo sarcástico que entende de cultura pop, isso cria uma voz marcante.

Como escolher os melhores DBAs para sua marca
Não é preciso usar os 35. O ideal é escolher de 4 a 5 ativos fortes e consistentes que façam sentido com:
Seu público-alvo
Seu posicionamento de marca
Seus canais principais (digital, físico, TV, etc.)
A dica de ouro é: teste, monitore e reforce sempre.
Erros comuns ao criar DBAs e como evitá-los
Falta de consistência – mudar elementos com frequência atrapalha o reconhecimento.
Imitação de concorrentes – ativos pouco distintivos se perdem na multidão.
Ausência de estratégia – escolher ativos só pela estética, sem função, é ineficaz.
Benefícios de um portfólio rico em DBAs
Mais reconhecimento de marca
Maior lembrança na hora da compra
Fidelização por conexão emocional
Menor dependência de mídia paga
Ferramentas e recursos para construir seus DBAs
Livro: “Building Distinctive Brand Assets” – Jenni Romaniuk
Ferramenta: Brand Asset Valuator
Exercício prático: Mapeie quais ativos você já possui e identifique lacunas
Estudos de caso: Marcas que dominam os DBAs
McDonald’s – arcos dourados, “Mc”, Ronald
Apple – visual minimalista, tom futurista
Netflix – vinheta, tom de voz e linguagem visual própria
Magalu – mascote, tom de voz e interações digitais
DBA como investimento estratégico
A construção de ativos distintivos é uma jornada, não uma tarefa pontual. Ao investir em DBAs, sua marca conquista mais espaço na mente (e no coração) do consumidor.
Lembre-se: ser lembrado não é acaso, é estratégia.
FAQs sobre Ativos de Marca Distintivos
1. Preciso ter todos os 35 ativos na minha marca?
Não. O ideal é escolher entre 4 e 5 ativos fortes que possam ser aplicados com consistência em todos os pontos de contato.
2. Ativos visuais são mais importantes que os sensoriais?
Depende do segmento. O ideal é combinar diferentes tipos para maximizar impacto.
3. Como medir a eficácia de um DBA?
Com pesquisas de reconhecimento e diferenciação. Ferramentas como o Brand Asset Valuator ajudam nesse processo.
4. Posso mudar meus ativos com o tempo?
Sim, mas mudanças devem ser feitas com cuidado, sempre mantendo familiaridade.
5. Posso ter mais de um mascote ou jingle?
Pode, mas isso exige mais investimento em reforço. O ideal é manter um ativo por categoria.
6. Existe algum risco em ter DBAs muito ousados?
O risco maior é ser esquecido. Um DBA ousado é melhor do que um genérico — desde que seja apropriado à marca.
Comments